Neste poema de Cesário Verde, logo no título, é possível identificar a referência ao povo “lusitano”, na palavra “ocidental” a exemplo de Camões quando este se refere à “ocidental praia lusitana”.
O poeta compôs quadras, cuja métrica irregular apresenta uma mescla de adjetivos, substantivos e verbos, transformando-as em rimas pobres, para a primeira e para segunda estrofe.
Nota-se a vanguarda realista quando da descrição da situação e do ambiente, mesclando contundentemente sentimentos como a melancolia, o sofrimento, a perturbação, o incômodo e a tormenta. Esses termos trazem à tona o viés parnasiano-empírico, dado à crueza e a falta de cientificidade do poema.
Levando em conta a época em que foi escrito e sua publicação póstuma (o poeta morreu em 1886), quando já iam-se longe as grandes navegações, tem-se um contraponto com o passado a quarta estrofe onde ele nos remete aos acidentes sofridos nas grandes navegações.
Existe uma preocupação em colocar a burguesia em pé de igualdade com a plebe, mesclando flamejantes louças e talheres, com cargas de carvão e pés descalços, apinhados em terra ou embarcados.
Finalizando, observa-se que a paisagem exterior provoca no poeta a angústia típica do realismo parnasiano trazendo à tona seu característico sofrimento.
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