quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pensas tu, bela Anarda (Gonçalves Dias)

Pensas tu, bela Anarda, que os poetas A
Vivem d'ar, de perfumes, d'ambrosia? B
Que vagando por mares d'harmonia B
São melhores que as próprias borboletas? A

Não creias que eles sejam tão patetas. A
Isso é bom, muito bom mas em poesia, B
São contos com que a velha o sono cria B
No menino que engorda a comer petas! A

Talvez mesmo que algum desses brejeiros C
Te diga que assim é, que os dessa gente D
Não são lá dos heróis mais verdadeiros . C

Eu que sou pecador, - que indiferente D
Não me julgo ao que toca aos meus parceiros,
Julgo um beijo sem fim cousa excelente. D

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