quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Eu-lírico em "Pensas tu, bela Anarda"

Soneto de Gonçalves Dia

O Eu lírico é um termo usado dentro da literatura para demonstrar o pensamento geral daquele que está narrando o texto; a junção de todos os sentimentos, expressões, opiniões e críticas feitas pela pessoa superior ao texto, que no caso seria o narrador e/ou a pessoa central ao qual o texto está se referindo. O eu lírico é o "eu" que fala na poesia.

Neste soneto, o eu lírico demonstra suas inquietudes com o pouco caso que faz uma dama com relação aos poetas. Grosso modo protesta, perguntando se ela acha que os poetas vivem de vento.

Nem sempre o poeta põe o eu lírico “a seu serviço”. Às vezes, o eu lírico é que se utiliza do poeta, por assim dizer, para dar o seu recado. No caso de Gonçalves Dias, dada as suas decepções amorosas, algumas delas por preconceito contra a mestiçagem pode-se interpretar neste soneto um tom autobiográfico. Estaria o poeta passando uma descompostura em alguma Anarda, ou estaria simplesmente expressando sentimentos que realmente não sentiu?

Neste soneto, às vezes o poeta aparenta ser o eu lírico, outras vezes, não. Conforme comentários pertinentes durante as aulas, o fato é que é arriscado ler, sempre, como se fosse. E, para um poeta desse calibre, gostoso mesmo devia ser confundir, deixar o leitor fazer-lhe a caveira (ou não), passar a idéia exata ou a idéia errada, para que a sedução ficasse completa.

Observação do Orientator: O eu-lírico também brinca com o que se pensa sobre os poetas, não? Concordo plenamente.

(Valeu Amararildo, voce é o "cara")

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